quinta-feira, 20 de maio de 2010

Encucações: interações com a paisagem sonora


A paisagem sonora (talvez descartando rádio, música entre outras coisas) parece ter um muro que impossibilita uma interação das pessoas com o ambiente através dela.
Há tempos penso sobre a questão de uma interação sonora: um grupo de pessoas interagindo e modificando o ambiente, que responde algo às pessoas, obtendo uma circularidade e feedback - com um olhar cibernético (essa questão vai ter que ficar para uma outra hora....)
O FILE 2009 não sai da minha cabeça, junto ao Primal Source do Usman Haque. O que eles têm em comum? O Festival de 2009 apresentou várias instalações que faziam as pessoas mudarem de comportamento, para agir sobre a obra. Esta por sua vez, respondia e estimulava uma nova acão das pessoas, estabelecendo um ciclo. Por exemplo o  Capacitive Body, dos alemães Andreas Muxel e Martin Hesselmeier.


O Capacitive Body era uns fios 'eletro luminescentes' que respondiam aos sons emitindo luz, que passeava pelos fios. Como o Festival foi realizado no SESI da Av. Paulista, em São Paulo, ele foi colocado estrategicamente na frente do prédio, separado da calçada e da rua por um vidro.
Os carros passavam e os fios acompanhavam o movimento sonoro. E as pessoas iam até lá, gritavam e batiam palmas esperando os fios responderem.

Outros, pro delírio das crianças e desespero dos monitores, faziam sons quando estimulados por alguém. Refiro-me especificamente a uma obra que infelizmente esqueci o nome e não consegui encontrar (ajuda?) mas era uma circunferência sensível ao toque das pessoas, que emitia sons, e podia-se até mesmo produzir uma música eletrônica.


Será que a interação com o espaço através dos sons encontra seu espaço lúdico só em instalações e obras de arte?
Será que não saímos do nosso cotidiano sonoro se não formos estimulados?
Como fazer alguma coisa fora da estrutura do que já foi feito?