sábado, 8 de maio de 2010

Escutas - breve resumo introdutório

O som do cotidiano está repleto de riquezas. Utilizando a escuta reduzida consegue-se pensar mais em seus aspectos.

Michel Chion, em Audio-vision: sound on screen, discorre sobre os tipos de escuta citando Schaeffer:
- Escuta causal: quando descobrimos o que é a fonte sonora e de onde vem.
- Escuta semântica: relativa aos signos, da fala.
- Escuta reduzida: descobrir se um som é intenso ou não, tem corpo ou não, brilhante ou não, reverberado ou não, ácido, hostil, sóbrio, estridente, simbilante, estridulante...

A escuta reduzida dá características aos sons. E isso é uma tarefa muito difícil.
Por que o som do meu passo é diferente do seu? Por que o freezer tem um som diferente de um computador antigo?
Lembrando aqui que uma escuta não exclui a outra. Você pode perceber uma voz ardida, aguda e agonizante, que a TV da sala está reproduzindo, de uma atriz falando "Não  me deixe!".

Um exercício sempre é muito bem-vindo para praticar a escuta reduzida. Durante 30 segundos de seu dia, em qualquer lugar, perceba a mudança de texturas, de como o ambiente sonoro se arranja, imagine desenhos representativos para cada som.

Por que desenhos representativos? Estamos muito atrelados à imagem. É mais fácil desenhar como um som se comporta do que descrevê-lo com palavras. Semânticamente.