terça-feira, 31 de agosto de 2010

Relato de relatos

E o quico som tem a ver com educação ambiental?

Talvez muitas coisas.

Aprendemos a ignorar o dia-a-dia urbano. Não ouvimos mais.

Na verdade, ouvimos sim, mas colocamos fones de ouvido para ouvir coisas melhores.

Os sons podem não ser agradáveis. Podem ser muito altos. Embaralhados. Um som de falante-passos-de-salto-urro-ônibus-carro-moto. Sem distinguir as nuances, as profundidades. Fica uma grande parede sonora (lo-fi).
Nada nos chama a atenção sonoramente, a não ser quando não conseguimos lidar com o incômodo ou quando há algum 'ruído não-diegético'. Um som não usual no entrelaçamento urbano. Um som de pássaro no meio da Avenida Paulista. Ou um grilo no meio do mercadão. Tá ouvindo?

Certas paisagens sonoras estão extintas ou ameaçadas, como plantas ou animais que compõem o seu organismo vivo. Aqui, todos arredores também influenciam.

Os relatos da visita do pessoal do BioLAbI a parque ecológicos para um mapeamento instiga algumas questões. Desde uma mudança da temporalidade, da escuta de diversas nuances, como a ausência da correria sonora diária implica em um resguardo.
Não podemos fechar as orelhas como fazemos com as pálpebras. Às vezes nem nos reconhecemos como ouvintes e, mais comum ainda, enquanto agentes sonoros. Falou?