terça-feira, 31 de agosto de 2010

Relato de relatos

E o quico som tem a ver com educação ambiental?

Talvez muitas coisas.

Aprendemos a ignorar o dia-a-dia urbano. Não ouvimos mais.

Na verdade, ouvimos sim, mas colocamos fones de ouvido para ouvir coisas melhores.

Os sons podem não ser agradáveis. Podem ser muito altos. Embaralhados. Um som de falante-passos-de-salto-urro-ônibus-carro-moto. Sem distinguir as nuances, as profundidades. Fica uma grande parede sonora (lo-fi).
Nada nos chama a atenção sonoramente, a não ser quando não conseguimos lidar com o incômodo ou quando há algum 'ruído não-diegético'. Um som não usual no entrelaçamento urbano. Um som de pássaro no meio da Avenida Paulista. Ou um grilo no meio do mercadão. Tá ouvindo?

Certas paisagens sonoras estão extintas ou ameaçadas, como plantas ou animais que compõem o seu organismo vivo. Aqui, todos arredores também influenciam.

Os relatos da visita do pessoal do BioLAbI a parque ecológicos para um mapeamento instiga algumas questões. Desde uma mudança da temporalidade, da escuta de diversas nuances, como a ausência da correria sonora diária implica em um resguardo.
Não podemos fechar as orelhas como fazemos com as pálpebras. Às vezes nem nos reconhecemos como ouvintes e, mais comum ainda, enquanto agentes sonoros. Falou?

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Entrevista com Murray Schafer




Acabei de achar essa entrevista com meu guia espiritual. Paisagem Sonora, sons, McLuhan, ruídos, ecologia acústica.
Está em inglês, apesar dos intertítulos.

Ruído diegético

Não percebemos muito bem o meio sonoro. Schafer já escreveu que aprendemos a ignorar os 'ruídos', e percebemos somente que um ruído definitivamente existe e está atuando no ambiente quando ele não faz 'parte da diegese', não é um elemento do dia-a-dia.
Os sons cotidianos e frequentes ressaltam quando param. Ou quando o som pertence a outro lugar. Parece uma questão quase cinematográfica.


Fica aqui um exemplo do "Era uma vez no Oeste", dirigido por Sergio Leoni, que traduz isso.





quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Câmara anecóica ou semi-anecóica

O silêncio não existe. A câmara anecóica apenas deixa o som com menor intensidade.

A vivacidade dos arredores não invade a câmara. Relatos dizem que as palavras caem como blocos sólidos no chão. Outros, como o de John Cage, que chega-se escutar o som do próprio sangue circulando e do sistema nervoso em plena atividade.
Os dois relatos parecem assustadores. Tanto que fui procurar imagens da câmara anecóica. Não achei a imagem menos assustadora: claustrofóbica como a câmara configura o próprio som em seu interior!

As imagens estão diretamente ligadas à url original. Pra ver o site de onde vem é só dar uma olhada.